quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A Arte da Preguiça


Hoje, durante alguns momentos do trabalho, estive pensando em como estava preguiçoso. Sabe aquele dia em que não temos vontade de fazer nada? Pois é.

É incrível como o simples fato de acordar para mais um dia pode ser tão difícil. Por mais que eu goste de viver e de não querer dormir pra sempre tão cedo, existem manhãs que são eternas enquanto duram, mas passam num piscar de olhos.

Tenho certeza que todo mundo já perdeu a hora por uma piscada. Hoje, acordei 7:45h, pois não deveria chegar 9h no trabalho para uma reunião. Porém, ao ser incomodado pelo meu despertador, pensei “Dá para levantara as 8:15h” e fechei os olhos por uns segundos. Quando abri novamente eram 9:15h. É inacreditável como o tempo é relativo quando se está com sono.
De qualquer forma, em dias assim, as coisas simplesmente não rendem. Para disfarçar este problema, todos têm suas saídas, e durante meus iniciais anos no mercado de trabalho, identifiquei a rotina do preguiçoso no trabalho. É a seguinte:

9h - Ao ligar o computador, a pessoa reclama que está demorando muito para carregar, como pretexto para pegar um jornal e lê-lo inteirinho, totalizando uns 30 minutos de enrolação;

9:30h - Depois disso, com o computador em funcionamento, a primeira coisa que faz é enviar um e-mail para a área convidando para um café nos corredores da empresa, para tirar o sono;

9:45h - Após retornar do café, é hora de mandar alguns e-mails e fazer ligações pendentes, mas trabalho que é bom, ainda nada;

10h - Finalmente, antes de abrir os arquivos do trabalho, uma passada rápida por UOL, Globo.com, e Terra é imprescindível;

10:15h - Depois, é sempre bom selecionar notícias engraçadas e resultados do esporte para enviar aos amigos ou comentar no Twitter;

10:30h - Parte para a labuta, abrindo uma planilha ou um arquivo do Power Point e em vez de produzir algo novo, tem sempre alguma coisa para ser re-formatada. Quer saber, já acha que está na hora de consultar o cardápio do almoço do restaurante mais próximo;

11:30h - Meia-hora antes do almoço, o preguiçoso do dia é sempre o organizador que convence todos a irem a algum lugar longe. Preferencialmente um rodízio, ou um “a La Carte”, com aquela parmegiana de 1h de preparo;

12h - Como se não bastasse as quase 2h de almoço, tem sempre um cafezinho, que deve ser tomado em um estabelecimento diferente do local de almoço, afinal, caminhar ajuda na digestão;

14:30h – Voltando do almoço, ele tem que se atualizar das notícias do dia. Mais um passeio pelos sites de notícias, do tipo: “Internauta vê monstro do Lago Ness no Google” ou “Cirurgia reconstitui pênis arrancado por poodle” (sério, no Globo.com estão as notícias mais bizarras da humanidade);

15h - Decidido a trabalhar, há sempre a necessidade de uma trilha sonora. Mas o que ouvir? Começa a busca por um site de música ou rádio online que não esteja bloqueado pela rede da empresa. Cansado de procurar, vamos ao velho MP3 Player com os hits que já foram exaustivamente ouvidos e que a preguiça impede de serem atualizadas;

15:30h – Lembrando da recomendação nutricional de se alimentar de 3 em 3 horas, é hora de ir buscar aquele salgado ou quem sabe um docinho, seguido de um café para agüentar o resto do dia;

16h – Voltando então à mesma planilha ou apresentação da manhã, a pessoa até tenta modificar um ou outro slide, tenta avançar em alguns pontos, mas o sono simplesmente não deixa. Começa a pescaria. A cada piscada mais forte é um flash de algum engraçadinho ao lado, querendo queimar o filme do sonolento com a área inteira;

16:30h – Já cansado deste negócio de planilha e apresentação, precisando desviar atenção de todos, que está voltada para sua foto dormindo no trabalho, ele lembra daquele vídeo engraçado do Suplicy cantando Rap ou do Jeremias Muito Louco e, não só acessa o YouTube para ver, como também perturba os colegas para rirem com ele. Caso o plano não dê certo, pega aquela foto do “Seu Madruga”, que é a cara do seu chefe, e manda no assunto “Who is this?”;

17h – Achando que já fez o que devia, para compensar que chegou atrasado, a fera decide ir embora. Deixa o terno na cadeira, o PC bloqueado, o caderno aberto sobre a mesa e avisa o estagiário que está indo numa reunião da FIESP...

Quem nunca teve um dia desses, ou momentos semelhantes aos descritos, que atire a primeira pedra...
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MARTE ATACA

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A Imprensa Nazista e José Ribamar

Zé Ribamar, nascido em um grande estado da Região Norte de seu país, foi deputado estadual pela primeira vez em 1955, aos 25 anos. Tudo indicava uma grande carreira política. O caminho para se manter no poder foi sempre claro: jogar no time que está ganhando. Passou por vários partidos, como UDN, PDS, ARENA e PMDB.

Após vários mandatos de deputado e de senador pelo seu estado, José Ribamar deu seu maior passo político sendo eleito vice-presidente na chapa de Tancredo Neves, pela frente liberal. Assumindo o cargo principal do país com a triste morte daquele que seria o presidente.

Viu o país sair de suas mãos para mergulhar numa crise econômica e política, criando então o Plano Cruzado e os seus fiscais para o controle de preços e inflação, coisa que meus pais agradecem até hoje, pois neste ano (1986) é que eu vim ao mundo.

Apesar da hiperinflação e as suspeitas de superfaturamento de obras durante o seu mandato, é inegável que Zé Ribamar deixou forte herança, que foi a consolidação da democracia, com eleições diretas para prefeito, eleições para a Assembléia Constituinte, legalização dos partidos políticos, extinção da censura prévia e a promulgação da nova Constituição.

Ora, depois de toda essa emoção, Zé deveria ficar tranquilo e descansar. Mas não se conteve e foi eleito senador, pelo Amapá, e assim representa o estado por mais de 20 anos.

Mantendo a estratégia, esteve ao lado de FHC e hoje está ao lado de Lula e mais uma vez é o presidente do Congresso Nacional.

Com 54 anos de carreira política, sendo o mais antigo do Congresso no momento, Zé acumulou acusações. Citando as mais recentes, temos: (1) recebimento ilegal de auxílio moradia, no valor de R$ 3500; (2) Nomeação do neto para integrar quadro de servidores, por meio de um boletim secreto, entre outros inúmeros casos semelhantes de nepotismo; (3) salário do mordomo da filha, pago com dinheiro do Senado; (4) utilização de verba indenizatória para pagar empresa que organizou os livros de seu acervo pessoal; (5) omissão de casa no valor de R$ 4 MM para a Receita Federal; entre outras como o caso da empreiteira e os apartamentos de luxo em SP.

Aprendi que onde há fumaça, há fogo. Como isso pode ser apenas um ato de propaganda, ao estilo nazista. A propaganda nazista busca explorar mais o sentimento das massas, tentando fazer com elas não pensem muito. Disso, Zé Ribamar, deve entender muito bem, afinal, mesmo com todo o histórico de acusações, continuou se reelegendo, com o apoio da massa amapaense . E ele continua lá. Até os que querem que ele saia, e que podem fazer algo concreto a respeito, estão agindo com má vontade. Como provocar a queda de uma pessoa com 54 anos de casa e notícias interessantes sobre todos aqueles membros do congresso, que ele viu crescer?

Para isso, os fiscais do Zé, que antes verificavam os preços nos supermercados, devem voltar a ativa, juntamente com os eleitores e os descontentes e decepcionados que se espalham por todo o vasto território nacional. Somente a pressão popular fará com que este homem busque sua merecida e tardia aposentadoria. Tenho certeza que o Brasil ficará bem sem ele e ele ficará muito melhor sem tudo isso. Basta que ele aceite que já está muito velho para dar satisfações, muito velho para entender que as antigas práticas secretas já não devem fazer parte de um país que quer, e já é, uma das maiores potências do mundo. Nunca é tarde para assumir os erros e dar uma satisfação decente ao povo que ele deveria representar.

#FORASARNEY

MARTE ATACA

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Gripe Suína, H1N1, Influenza A


Não poderia deixar de iniciar meus posts neste novo blog por outro assunto que não fosse a tão discutida gripe suína. Afinal, estou entrando no meu quarto dia de folga forçada, devido a manifestação de sintomas semelhantes ao desta gripe.

Era domingo quando fui ao hospital, na calada da noite, para ser examinado. A sensação era que eu tinha disputado um triatlon, jogado 90 minutos de futebol de lateral direito e nadado os 400m medley, tudo isso com uma febre de quase 39 graus.

Primeiro que o hospital estava bem cheio, e em todo lugar alguém de máscara com aquela cara de "quero 7 dias de folga" e algumas pessoas com uma cara de "f.... esse cara vai me passar a gripe suína".

De qualquer forma, ganhei minha máscara, que está aqui guardada de lembrança e fiquei na sala de espera. Enquanto esperava, observava um casal discutindo com a atendente sobre os motivos por não terem feito o exame de confirmação da gripe na sua filha. A menina observava ao lado com uma cara de "fingi para não ir pra escola e agora vou me ferrar" que só a mãe não percebia. Depois de explicado o fato de que ela não era parte do grupo de risco e que provavelmente era uma gripe comum, a mãe, ainda indignada, a levou embora.

Finalmente fui atendido. O doutor, todo simpático, perguntou meus sintomas, me fez respirar fundo e disse: "Olha... sua respiração está boa, não vou te dar Tamiflu, nem fazer o exame para confirmar. Tome Tylenol de 8 em 8 horas e retorne aqui se piorar. Ah! Outra coisa... fique de repouso por SETE dias".

Achei meio absurdo, mas tudo bem. É assim, na dúvida, manda pra casa e boa. Se eu peguei a tal gripe ou não, nunca saberei, mas certamente não estou na estatística, nem poderei afirmar para meus netos, se um dia eu os tiver, que o "vovô" teve a gripe do porco.
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Mas eu vou melhorar, assim como 90% das pessoas que estavam domingo no hospital. Tenho dó é dos porquinhos que estão ficando com uma má fama sem igual, dos médicos expostos à contaminação e a engraçadinhos querendo folga, das pessoas que fazem parte do grupo de risco, que precisam estar 'pela hora da morte' para serem medicadas devidamente e, finalmente, da velha e boa gripe de dois dias. Será que ela nunca mais volta? Bons tempos eram quando se tratava a gripe com um Resprin e no outro dia ela passava.
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Lave a mão com álcool em gel, evite aglomerações e em caso de febre repentina, coriza, dor no corpo e articulações, retire suas férias de 7 dias no posto de atendimento mais próximo. Se você estiver no grupo de risco, compre alimentos para uns 2 meses via "Pão de Açúcar Delivery", desinfete a casa inteira, tranque a porta e volte a ver o mundo quando a vacina estiver pronta.
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MARTE ATACA